Estudo Mercer de Remuneração de Executivos de Topo 

 

Homens continuam a liderar cargos de topo em Órgãos de Administração e de Fiscalização em Portugal

 

  • O mais recente estudo de Remuneração de Executivos de Topo da Mercer demonstra que 85% dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização em Portugal são homens;
  • Embora, comparativamente a 2017, esta diferença tenha diminuído ligeiramente, as mulheres continuam sub-representadas nos papéis de liderança, demonstrando o desalinhamento existente na proporção entre homens e mulheres nomeados para estes cargos;
  •  A remuneração fixa dos homens é superior em 20% à das mulheres;
  • O pay gap observado na amostra entre a remuneração fixa do CEO e os restantes colaboradores nas organizações é em termos médios de 10x;
  • A remuneração variável anual representa em termos médios cerca de 45% da remuneração fixa dos administradores executivos, enquanto que no universo dos colaboradores a componente variável não vai além, em termos médios, dos 13%.

 

Lisboa,  janeiro de 2021 – O mais recente estudo de Remuneração de Executivos de Topo, realizado pela Mercer, aponta uma elevada predominância de elementos do sexo masculino (85%) nos órgãos de administração e de fiscalização em Portugal. Este estudo, que tem por base a participação de mais de meia centena de organizações em Portugal, revela que o género feminino continua sub-representado nos papéis de liderança, embora se tenha registado um ligeiro aumento face ao último estudo realizado em 2017.  

 

Este elevado rácio assume maior importância quando, considerando a Lei 62/2017, segundo a qual existe uma obrigatoriedade de cumprir os requerimentos dos reguladores que definem a proporção das pessoas de cada sexo designadas em razão das suas competências, aptidões, experiência e qualificações para os órgãos de administração e de fiscalização do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa.

 

De acordo com o estudo, das empresas portuguesas cotadas participantes são identificados rácios entre 20% e 30%, sendo que em alguns casos não existe representação de ambos os sexos nos órgãos de administração. De referir que a proporção de pessoas de cada sexo designadas para cada órgão de administração e de fiscalização de cada empresa não pode ser inferior a 33,3 %. Esta regra aplica-se a partir de 1 de janeiro de 2018 para organizações do setor público empresarial e a partir de 1 de janeiro de 2020 para empresas cotadas em bolsa.


No que diz respeito à remuneração fixa, em Portugal os homens em funções de administração e de fiscalização ganham em média mais 20%, relativamente às mulheres. Esta diferenciação verifica-se também ao incluir a remuneração variável, onde o gap aumenta para 30%.

 

Relativamente às diferentes componentes de remuneração, os administradores executivos representam, em média, uma remuneração variável anual com um peso de 45% face à remuneração fixa. Já para os colaboradores, a componente variável não representa, em média, mais do que 13% da respetiva remuneração fixa.

 

Relativamente ao gap salarial de remuneração fixa entre CEO e a média de colaboradores (exceto Comissão Executiva), verifica-se um rácio médio de 10x.

 

Para Tiago Borges, Career Business Leader da Mercer, “esta informação ganha especial relevância após a aprovação da Lei n.º 50/2020, que define que deve ser apresentada pelas empresas cotadas a informação da remuneração média de trabalhadores a tempo inteiro (excluindo os membros dos órgãos de administração e de fiscalização) de modo a permitir a sua comparação.”

 

Por outro lado, Diogo Alarcão, CEO da Mercer, refere como tendência ao nível da Compensação Executiva a crescente relevância da utilização de indicadores de Performance ligados a fatores ambientais, sociais ou de governance (ESG) que apesar de não ser prática comum no mercado nacional são uma realidade cada vez mais presente a nível europeu.

 

“A inclusão de indicadores de avaliação de performance ligados a fatores ambientais, sociais ou de governance (ESG) têm ganho relevância por toda a Europa, em alguns casos como resposta à pressão cada vez maior por parte dos investidores e acionistas para introdução deste tipo de indicadores.”, refere o CEO da Mercer, Diogo Alarcão.

 

O estudo Remuneração de Executivos de Topo contou com a participação de 55 organizações, duplicando o número de participantes da edição anterior, realizada em 2017 (28 participantes). Dos participantes, 8 são organizações que integram o PSI20.

 

Sobre a Mercer

A Mercer dedica-se a co-construir futuros mais brilhantes, através da redefinição do mundo do trabalho, da melhoria dos resultados em pensões e investimento e da promoção da saúde e bem-estar das pessoas. A Mercer tem mais de 25,000 colaboradores em 44 países e opera em mais de 130 países. A Mercer é uma subsidiária da Marsh & McLennan (NYSE: MMC), a empresa líder global em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas. Com receitas anuais de 17 mil milhões de dólares (USD) e 76.000 colaboradores em todo o mundo, ajuda os seus clientes a navegar num ambiente cada vez mais dinâmico e complexo através das quatro empresas líderes de mercado: a Marsh, a Guy Carpenter, a Mercer e a Oliver Wyman.