Press Release - People Risks 

Estudo “MMB People Risk Report 2022” indica competências obsoletas, nomeadamente na transformação digital e gestão cibernética, como principal risco para o capital humano.

Lisboa, 22 de julho de 2022 – Quando os profissionais de Recursos Humanos e gestores de Risco trabalham em conjunto é possível mitigar os riscos das pessoas associados às ameaças cibernéticas, alteração da legislação, segurança e futuro do trabalho. A conclusão é do estudo “Mercer Marsh Benefits (MMB) People Risk Report 2022”, que inquiriu 2.594 profissionais de RH e de risco em 25 países, incluindo Portugal, para registar as suas prioridades face aos maiores riscos de pessoas que as organizações enfrentam e os desafios existentes na mitigação desses riscos.

Agrupado em cinco pilares principais, o estudo avalia os riscos em matéria de saúde e segurança; governance e financeiro; aceleração digital; práticas de talento; ambiente e social, concluindo que as organizações já não podem simplesmente reagir aos acontecimentos em curso. Pelo contrário, devem aproveitar as lições aprendidas com a pandemia e criar uma base sólida que lhes permita antecipar e mitigar os riscos. Para tal, é essencial o trabalho  conjunto e alinhado entre a função de risco e os recursos humanos.

As principais conclusões do estudo são:

  • Os riscos para a saúde e segurança são uma séria ameaça para as empresas de acordo com 87 por cento dos inquiridos;
  • A gestão da remuneração, benefícios e planos de reforma dos colaboradores está a tornar-se cada vez mais complexa e difícil e 59 por cento não têm uma política de governance eficaz em matéria de seguros e benefícios;
  • A obsolescência das competências, onde as empresas lutam para desenvolver, adquirir ou manter as mesmas para a transformação digital ou gestão cibernética, é agora um risco para o topo das organizações, com um em cada dois líderes a acreditarem que a digitalização acelerada é importante;
  • A mudança na natureza do trabalho é agora o quinto maior risco, com 43 por cento dos líderes a pensar que a sua proposta de valor para os colaboradores precisa de ser melhorada (ou não sabem quão eficaz é);
  • As organizações estão sob pressão dos clientes/consumidores, colaboradores e investidores para enfrentar as desigualdades, eliminar as disparidades e combater as alterações climáticas, mas uma em cada cinco organizações (20 por cento) não têm um plano para promover a diversidade, equidade e inclusão.

Os resultados do “MMB People Risk Report 2022” revela que todas as regiões veem a cibersegurança e a privacidade dos dados como os seus principais riscos. Tanto a Europa como o Pacífico classificaram eventos catastróficos da vida pessoal como o segundo maior risco para as suas pessoas, seguido de perto pela Ásia e pelos Estados Unidos da América, regiões que classificaram este risco em 4.º lugar no ranking geral.

Afirma Paulo Fradinho, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal:

“A nível mundial, menos de uma em cada duas empresas afirma ter políticas, programas e sistemas de apoio eficazes em matéria de cibersegurança, tais como autenticação multi-fator, gestão de fornecedores ou encriptação de dados em vigor.

Desenvolver, adquirir e manter as competências para a transformação digital e a gestão cibernética é fundamental. As empresas devem refletir a sua proposta de valor para as pessoas com competências adequadas ao futuro, talvez em funções que ainda não existem.”

Uma vez que as organizações enfrentam perturbações na cadeia de fornecimento, inflação crescente, desastres ambientais e exaustão da força de trabalho, devem ser mais resilientes do que nunca. Responder rapidamente e com agilidade requer uma abordagem integrada e consistente da gestão de riscos, uma abordagem que tenha em vista a proteção dos colaboradores. Este enquadramento está a exercer uma pressão adicional sobre as organizações no sentido de redefinirem a sua relevância, para se concentrarem não só nos lucros, mas também nas pessoas e no seu propósito, de modo a criar modelos empresariais verdadeiramente sustentáveis. Tanto os clientes como os colaboradores estão cada vez menos dispostos a tolerar “greenwashing”, onde os líderes empresariais não cumprem os seus compromissos.
Afirma Paulo Fradinho:

“Os colaboradores querem trabalhar para organizações socialmente responsáveis. Portanto, estas devem definir valores e objetivos em torno dos fatores de ESG e utilizá-los para avaliar os atuais benefícios, investimentos e condições de trabalho.

As principais prioridades incluem a proteção dos colaboradores, a implementação de políticas ambientais e a renovação do foco na diversidade, equidade e iniciativas de inclusão.”

O estudo “MMB People Risk Report 2022” indica que uma das barreiras mais significativas para enfrentar o risco das pessoas é a dificuldade em mudar o comportamento pessoal. Mais de 2/5 (43 por cento) das empresas afirmaram que a dificuldade de mudar o comportamento pessoal dos colaboradores é a principal barreira para enfrentar os riscos de saúde e segurança. Um número semelhante de empresas (39 por cento) vê a mudança de comportamento pessoal (tal como a adaptação ao futuro do trabalho) como a maior barreira à atenuação dos riscos dos talentos. Um em cada três (36 por cento) diz que o comportamento pessoal também dificulta a abordagem dos riscos sociais ambientais. Uma em cada três empresas também vê a falta de recursos qualificados para enfrentar os riscos como a principal barreira para enfrentar a digitalização acelerada e os riscos ambientais e sociais.

O estudo também indica que o custo crescente da saúde, proteção contra riscos e benefícios para o bem-estar é uma das 10 principais prioridades das empresas em todo o mundo e este desafio só será exacerbado pela crescente tensão que está a ser colocada sobre a saúde mental das pessoas – um problema salientado pelo estudo “Global Talent Trends” da Mercer, que constatou que 81 por cento dos colaboradores se sentem em risco de esgotamento, um salto em relação aos 63 por cento registados em 2019.

Conclui Paulo Fradinho:

“Há um equilíbrio delicado a ser alcançado entre a preparação para uma potencial recessão e a gestão simultânea dos riscos das pessoas, utilizando uma abordagem centrada no ser humano, a fim de atrair e reter talentos num mercado de trabalho mais exigente.”

Gestores de RH e de risco de Portugal colocam saúde mental no top-5 dos principais riscos

O estudo “MMB People Risk Report 2022” demonstra que os gestores de RH e de risco hierarquizam de forma distinta os principais riscos para as pessoas comparativamente com a média global quando questionados para identificar por ordem de probabilidade e potencial gravidade do impacto. Embora coincidam na colocação da cibersegurança e privacidade dos dados no topo da lista dos principais riscos, as práticas legais, de compliance e financeiras; benefícios, política e tomada de decisão de recompensas e transparência; obsolescência de tecnologia de RH; e saúde mental completam o top-5 dos principais riscos identificados no nosso país. Nota para o facto de a nível global os riscos legais, compliance e financeiros e saúde mental não vão além da 12.ª e 20.ª posição, respetivamente, o que constitui uma grande diferença na hierarquização dos principais riscos.

  • Cibersegurança e privacidade dos dados

No que concerne a este risco, a liderança de topo reconhece que os cibercrimes, cada vez mais sofisticados e frequentes, têm empurrado esta ameaça para o topo da agenda das lideranças executivas. 77 por cento das empresas portuguesas dizem que estão atualmente a abordar o risco da cibersegurança e da privacidade dos dados e 78 por cento dizem que têm papéis e responsabilidades claras para gerir a exposição a estas ameaças. Contudo, apenas 37 por cento têm atualmente em vigor políticas eficazes de cibersegurança, programas e sistemas de apoio, tais como autenticação multi-fator, formação e gestão de fornecedores e encriptação de dados. Em contraste, 44 por cento das empresas a nível mundial e 41 por cento em toda a Europa dizem ter estes sistemas.

  • Práticas legais, de compliance e financeiras

Está entre os riscos que mais preocupam as empresas em Portugal. O desalinhamento dos benefícios e de outras práticas de RH aos requisitos regulamentares, fiscais e laborais conduzem a penalizações, litígios e danos de reputação. A falta de práticas e investimentos financeiros responsáveis aumenta o risco de atividades fraudulentas e perdas financeiras. Os resultados do estudo indicam que 78 por cento das empresas portuguesas dizem que já estão a gerir este risco, em comparação com apenas 68 por cento das empresas a nível mundial e em toda a Europa. 69 por cento das organizações em Portugal afirmaram também que têm papéis e responsabilidades claras na gestão de ameaças legais e financeiras.

  • Tomada de decisão e transparência nas políticas de benefícios e remuneração

A carga administrativa e fiscal sobre as empresas portuguesas está a crescer à medida que a complexidade organizacional aumenta. A incapacidade de gerir programas de benefícios ou fundos de investimento de forma precisa, justa e de acordo com as promessas feitas resulta em erros dispendiosos e obrigações não cumpridas. Como resultado, muitas empresas estão cada vez mais a ver a necessidade de uma política forte de tomada de decisão relativamente a benefícios, recompensas e transparência. Uma em cada duas organizações revela planear investir na otimização dos custos dos benefícios de bem-estar e saúde dos colaboradores nos próximos dois anos, bem como considerar oportunidades de externalização e simplificação da gestão.

  • Obsolescência de tecnologia de RH

Esta ameaça resulta numa incapacidade de tornar as atividades, benefícios e cuidados de saúde mais personalizados, convenientes e seguros. Isto pode conduzir a um subaproveitamento da experiência do colaborador, resultando em última análise numa maior rotatividade e perda de talento. Um terço dos gestores de RH e de risco inquiridos identificam a mudança – cultura adversa como um desafio para atingir os objetivos de digitalização e maior flexibilização.

  • Saúde mental

A pandemia causou a deterioração da saúde mental, com impacto empresarial grave, incluindo baixa produtividade, aumento dos benefícios gastos e danos na proposta de valor e na reputação da marca. A má saúde mental continua a ser a causa número um de absentismo e é parte integrante de outros 10 principais riscos, incluindo eventos pessoas catastróficos e a natureza mutável do trabalho. 72 por cento das empresas em Portugal dizem estar atualmente a gerir o risco associado à saúde mental, em comparação com apenas 66 por cento em toda a Europa. Apesar de estar no top-5 dos riscos em Portugal, apenas 44 por cento das organizações estão a planear investir na saúde mental no futuro.

O estudo identifica ainda as barreiras que as empresas portuguesas dizem enfrentar para mitigar estes riscos: dificuldade em alterar o comportamento pessoal, um obstáculo à digitalização acelerada e ao nível de riscos ambientais e sociais; complexidade organizacional dificultando a abordagem a riscos ligados a práticas de talento, ambientais e sociais; implicações legais, laborais e fiscais; falta de visão, estratégia e envolvimento da liderança sénior para abordar riscos de governance e financeiros; 33% das empresas portuguesas afirmaram não dispor de recursos qualificados para compreender e abordar os riscos de saúde e segurança.

Para gerir estes riscos, as organizações em Portugal planeiam investir no aumento dos custos de saúde, proteção contra riscos e benefícios de bem-estar (50 por cento); cibersegurança e privacidade de dados (49 por cento); saúde e bem-estar dos colaboradores (49 por cento); questões de liderança (ambiente e social) (49 por cento); sucessão e risco de pessoa-chave (48 por cento).

Sobre a Mercer Marsh Benefits

A Mercer Marsh Benefits (MMB) nasceu da unificação de uma das consultoras de Recursos Humanos mais respeitadas do mundo e número um em tecnologia de benefícios (Mercer) e a líder mundial em consultoria de risco (Marsh) para formar um negócio único. Juntas, moldaram algumas das experiências de benefícios de colaboradores mais valorizadas no mundo, dirigidas a pequenas empresas, empresas em crescimento e empresas multinacionais. A MMB conta com 7.000 colaboradores, em 73 países, com clientes em mais de 150 países. Traz conhecimentos locais a diferentes territórios e trabalha lado a lado com clientes e colaboradores da Mercer e da Marsh em todo o mundo.

Sobre a Mercer

A Mercer acredita na construção de futuros mais brilhantes através da redefinição do mundo do trabalho, da melhoria dos resultados em pensões e investimento e da promoção da saúde e bem-estar das pessoas. A Mercer tem mais de 25.000 colaboradores em 43 países e opera em mais de 130 países. A Mercer é uma subsidiária da Marsh & McLennan (NYSE: MMC), a empresa líder global em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas, com 83.000 colaboradores em todo o mundo e com receitas anuais de cerca de 20 mil milhões de dólares. Ajuda os seus clientes a navegar num ambiente cada vez mais dinâmico e complexo através das quatro empresas líderes de mercado: a Marsh, a Guy Carpenter, a Mercer e a Oliver Wyman.