Antes mesmo de começar, o óbvio precisa de ser dito: as empresas podem investir nas melhores ferramentas e tecnologias, implementar as mais modernas práticas para fomentar a inovação e a criatividade, mas se a liderança, a cultura e o próprio ambiente de trabalho não forem propícios, não vai adiantar nada.

 

Mesmo antes da pandemia, o mundo já nos dava sinais de que temos cada vez menos certeza sobre as coisas. Ainda assim, a COVID-19 teve um elevado impacto em todas as organizações e forçou um movimento que poderia levar anos para acontecer: A adoção em massa do trabalho remoto, a ampliação do e-commerce e o uso de plataformas digitais, que provocaram mudanças comportamentais significativas cujas consequências e impactos nas relações de trabalho estamos aos poucos a descobrir – o movimento Great Resignation que começou nos EUA é um bom exemplo disso.

 

Vivemos num mundo cada vez mais complexo onde é preciso navegar com maior agilidade, flexibilidade e fluidez. Mas, apesar das diversas inseguranças, uma coisa é certa: para uma empresa se manter competitiva e relevante no mercado, precisa de repensar a sua estratégia e entender que o que funcionou até agora, e que pode ter funcionado para assegurar a gestão da crise pandémica, poderá não trazer resultados e garantir a atração e o reconhecimento dos talentos a partir de agora.  É, por isso, necessário reavaliar se os seus processos de gestão de pessoas, comunicação, tecnologia, vendas, marketing e cultura alavancam ou não a produtividade e performance das pessoas.

 

Para que as empresas consigam reinventar-se em ciclos de tempo menores, de forma a garantir maior crescimento e sustentabilidade do negócio, a inovação e a criatividade tornam-se palavras de ordem. 

 

Portanto, a cultura organizacional não pode ser uma barreira à inovação. Para nós, na Mercer, existem alguns princípios fundamentais para promover e estimular a capacidade criativa e inovadora no dia-a-dia da organização:

1. Recrute profissionais com base na contribuição (culture add) e não na adequação à cultura (culture fit):

A inovação emerge da diversidade. Contratações que priorizam pessoas que pensam e agem de modo semelhante perdem a oportunidade de criar ambientes de trabalho e culturas mais diversas. Diferentes experiências, competências e comportamentos enriquecem a cultura organizacional. Mas, para isso, é preciso ter clareza sobre as suas forças e vulnerabilidades e identificar os atributos que complementam e potenciam a equipa. Desta forma é possível ser mais assertivo nos processos seletivos.

2. Saia de cena, dê um passo para trás e observe o quadro à distância:

 

Em situações que nos sentimos presos, sem conseguir encontrar uma solução, recuar e reexaminar a situação de outro ponto de vista permite-nos explorar alternativas e possibilidades que até então não eram visíveis. Quando nos forçamos a olhar para uma situação através de uma lente diferente, somos capazes de fazer outras perguntas, muitas vezes perguntas mais profundas e melhores do que as primeiras, pois permitimo-nos explorar novos aspetos, como se fosse a primeira vez. Este é um excelente exercício para desbloquear e desenvolver a criatividade.



 

3. Questione padrões e o típico “foi feito sempre assim” (culture fit):

Ao invés de aceitar o status quo, desafie-se, crie o hábito de perguntar “porquê”. Nascemos naturalmente curiosos, mas ao longo da vida perdemos lentamente essa capacidade, que as crianças têm, de ver todas as coisas como estranhas e incomuns. É a curiosidade que nos leva a explorar, observar e querer compreender as coisas mais profundamente. Organizações nas quais as pessoas assumem uma postura de “fizemos sempre assim” tendem a ter uma capacidade de inovação baixa. Para promover uma cultura inovadora, é necessário estimular e incentivar a curiosidade. Quando nos permitimos questionar sobre padrões e o status quo, é possível repensar as práticas, processos e hábitos consolidados e encontrar oportunidades de melhoria até então negligenciadas. Neste sentido, abrace a sua criança interior e experimente trocar o “fizemos sempre assim” com o “E se?” ou para “Porquê?” no seu dia-a-dia.

Como diria o Buzz Lightyear:

Fill 1 Created with Sketch.
“Ao infinito… e além!”
Fill 1 Created with Sketch.

 

Autor:

Juliana Mercês

Career Associate Mercer Portugal


Contacte-nos

Preencha o formulário e entraremos em contacto consigo em breve.

*Campo Obrigatório