Estudo sobre Custo de Vida 2023 

Os principais fatores que moldaram a economia mundial em 2022 continuarão a exercer influência em 2023. Mais de um ano após a guerra Rússia-Ucrânia e o surgimento de variantes mais contagiosas da COVID-19, muitas economias ainda estão a absorver os impactos causados por esses eventos. Devido à introdução recente de políticas monetárias nacionais mais agressivas e ao contexto económico global, é provável que muitas economias tenham um crescimento económico mais lento este ano, juntamente com o aumento do desemprego. Os níveis de dívida entre muitos países permanecem altos e os níveis de inflação ainda não atingiram o pico em muitos mercados. A inflação e as flutuações da taxa de câmbio estão a afetar diretamente os salários e os colaboradores expatriados. 

Hong Kong mais uma vez lidera o nosso ranking de custo de vida das cidades. Segue-se Singapura, que subiu seis posições desde o ano passado, empurrando Zurique para o terceiro lugar. Os locais menos caros no ranking são Havana, que caiu 83 posições, em parte devido à desvalorização cambial em meados do ano passado, e duas cidades no Paquistão – Karachi e Islamabad.

No ranking deste ano, apenas duas das 10 cidades mais caras para os expatriados internacionais estão localizadas na Ásia , em comparação com quatro no ano passado. No entanto, essas cidades lideram o ranking, com Hong Kong em primeiro lugar, seguida por Singapura (2). Os dois locais menos caros do mundo também são cidades asiáticas - Karachi (226) e Islamabad (227).

O top dez global inclui cinco cidades europeias e quatro delas estão na Suíça, sendo a quinta Copenhaga. Outras cidades mais caras da região incluem Londres, Viena, Amsterdão, Praga (subiu 27 posições no ranking global desde o ano passado) e Helsínquia.

Tel Aviv continua a ser a cidade mais cara para colaboradores expatriados no Médio Oriente ocupando a 8ª posição no ranking global. As cidades mais caras que se seguem nesta região estão nos Emirados Árabes Unidos, ou seja, Dubai (18) e Abu Dhabi (43), ambas tendo registado aumentos bastante significativos no ranking desde o ano passado. Cidades sauditas como Riad (85) e Jeddah (101) também subiram na lista global, em 18 e 10 posições, respetivamente.

Na América Central e América do Sul, Nassau é a cidade mais cara para colaboradores expatriados (número 10 no ranking global), seguida por San Juan (44) e Buenos Aires (45). Vale a pena salientar que várias cidades nesta região têm uma classificação significativamente mais elevada face aos valores do ano passado, com um aumento de 76 posições para San Jose e 70 posições para a Cidade do México.

A cidade de Nova Iorque (6º lugar no ranking global) continua a ser a cidade mais cara daAmérica do Norte, seguida por Los Angeles (11º) e São Francisco (14º). Todas as cidades dos EUA no ranking subiram de posição face ao ranking do ano passado, com as maiores subidas para Detroit (+27 posições), Houston e Cleveland (ambas +24 posições).

As cidades africanas que surgem primeiro no ranking global de custo de vida são Bangui (26), Djibuti (27) e Luanda (30). As cidades menos caras da região incluem Windhoek, Durban e Tunis. Estas cidades estão perto do Cairo, que caiu 63 posições desde o ano passado. 

A inflação elevada e as flutuações do mercado afetam o custo de vida a nível mundial, influenciando o poder de compra e padrões de vida.

Participe do nosso webinar no dia 28 de junho para conhecer as conclusões da mais recente edição do estudo Custo de Vida e o impacto para as organizações multinacionais que procuram desenhar pacotes de remuneração competitivos e equitativos para os seus colaboradores expatriados a nível global.

A adoção alargada do trabalho remoto está a fazer com que muitos colaboradores reconsiderem as suas prioridades, avaliem o seu equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e pensem nos lugares em que pretendem morar. Isso está a obrigar muitas organizações a reimaginar o mundo do trabalho. Isso significa que muitas organizações precisam repensar a forma como gerem as suas pessoas distribuídas a nível global. Isto é um fator particularmente relevante para aqueles que operam em mercados de trabalho restritos.

Para as empresas nestas circunstâncias, o Ranking da Mercer sobre o custo e vida pode ajudar. Oferece as informações de que as organizações precisam para desenvolver estratégias de remuneração competitivas para os seus expatriados. Isto é particularmente importante em mercados onde a oferta de mão de obra é escassa. As informações fornecidas pela Mercer destacam a importância de monitorizar as flutuações cambiais e avaliar as pressões inflacionárias e deflacionárias sobre bens, serviços e alojamento em todos os locais onde têm operações. Os dados também podem ajudar as organizações a determinar e manter pacotes de remuneração para colaboradores em missões internacionais e quando trabalham em período integral fora do país de origem.

O custo não é o único fator que influencia a atratividade de um local para colaboradores e empresas. Um fator igualmente importante é a qualidade de vida geral que uma cidade oferece. Por outro lado, riscos e outras questões negativas, como desastres naturais, turbulência política e/ou económica, elevadas taxas de criminalidade, infraestruturas precárias e ligações internacionais insuficientes, podem ser grandes impedimentos para as empresas investirem as suas operações.

Em geral, países e cidades estão continuamente em esforço para atrair multinacionais, bem como nómadas digitais e colaboradores remotos. As localizações atualmente mais bem-sucedidas são aquelas que combinam governança flexível para talentos móveis, qualidade de vida elevada e custo de vida razoável.

O gráfico abaixo mostra a Correlação entre Custo de Vida e Qualidade de Vida nas cidades selecionadas em todo o mundo. Também destaca como cada localização é classificada em relação a três aspetos específicos: segurança (inclui critérios como crime, aplicação da lei, limitações à liberdade pessoal e meios de comunicação/censura), medidas amigas do ambiente (inclui potabilidade de água, remoção de resíduos, esgotos, poluição atmosférica, disponibilidade de água e congestionamento de transito) e infraestruturas (inclui eletricidade, disponibilidade de água, telefone, correio, transportes públicos, congestionamento transito e aeroportos).

Com as pressões inflacionistas constantes no mundo, estamos a acompanhar mais de perto como o custo de produtos selecionados evoluiu desde o ano passado. Analisando um cesto de dez itens do dia-a-dia, o açúcar, o óleo de cozinha e a manteiga destacam-se como os que mais subiram. O preço da gasolina, por outro lado, parece ter desacelerado, verificando uma queda em diversas localizações.

O estudo Mercer globalmente reconhecido é um dos estudos mais abrangentes do mundo deste tipo. É projetado para ajudar empresas multinacionais e governos a determinar estratégias de remuneração para os seus representantes internacionais.

Governos e empresas de grande dimensão utilizam os dados deste estudo para proteger o poder de compra dos seus colaboradores quando são transferidos para fora da sua localização de origem. Por exemplo, os dados sobre os custos de arrendamento são usados para avaliar os subsídios de habitação. A escolha das cidades pesquisadas é baseada pelos dados de clientes da Mercer.

A cidade de Nova York é utilizada como base para todas as comparações de classificação entre cidades. Os movimentos cambiais são medidos em relação ao dólar americano. Este estudo inclui a análise de mais de 400 cidades.

O ranking deste ano inclui 227 cidades dos cinco continentes. Mede o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo habitação, transporte, alimentação, vestuário, utensílios domésticos e entretenimento. Os dados recolhidos fornecem todas as informações importantes que as organizações precisam para projetar pacotes de remuneração competitivos e transparentes para colaboradores expatriados. Saiba mais aqui .

Os valores usados nas comparações de custo de vida e custo de habitação para o arrendamento da Mercer são consequentes de um estudo realizado em março de 2023. As taxas de câmbio praticadas na altura, juntamente com o cesto internacional de bens e serviços da Mercer no estudo de custo de vida, foram utilizadas para os cálculos e linhas de base.

A inflação é geralmente definida como a medida dos movimentos de preços do tempo T ao tempo T+1, assumindo exatamente as mesmas especificações dos artigos em termos de tamanhos e características de embalagem.

Para o estudo custo de vida da Mercer, o valor da inflação cotado é projetado para indicar como o índice se alterou nos últimos seis ou 12 meses em termos de moeda local, independentemente das flutuações cambiais entre os locais de origem e destino.