Uma das competências mais misteriosas dos seres humanos é a nossa capacidade para imaginar o que não existe.
Imaginamos constantemente… Mundos novos. Coisas novas.
E depois de imaginarmos, criamos, acrescentamos esses mundos e essas coisas à natureza.
Mundos que não existiam antes. Coisas que não existiam antes.
Como o Vincent van Gogh dizia: “I dream of painting, and then, I paint my dream”.
Só a espécie humana imagina coisas e acrescenta coisas à natureza.
Este processo é dos mais complexos de entender, mas hoje sabemos mais como funciona, porque a tecnologia nos ajuda a perceber o que acontece no nosso corpo e no nosso cérebro quando imaginamos e criamos algo novo.
Fala-se tanto, hoje em dia, sobre inovação, que esta palavra se tornou um lugar comum desprovido de um significado claro. A inovação surge dependendo do contexto e das circunstâncias. A internet quando concebida visava facilitar a colaboração. Pelo contrário, os computadores pessoais, sobretudo os de uso doméstico, foram inventados como ferramentas para a criatividade individual.
A colaboração que criou a era digital não sucedeu entre pares, mas também entre gerações. As ideias eram entregues por um grupo de inovadores ao grupo seguinte. A criatividade colaborativa que marcou a era digital incluiu a colaboração entre humanos e máquinas. Segundo Isaacson a verdadeira criatividade da era digital e não só, tem sido fruto daqueles que foram capazes de ligar as artes e as ciências.
A beleza era uma constante, era uma crença. A capacidade de o humano contemplar, observar o Mundo. Observar é um olhar refletido que o âmago, por meio dos sentidos, aplica aos objetos, para adquirir o conhecimento preciso das suas qualidades, dos seus efeitos, dos seus relacionamentos e dos seus propósitos. Cada humano tem o seu. É uma premissa pela qual nos guiamos.
Como é que podemos ser criativos sem observação? Não podemos. Esta é a base fundamental de todos os conhecimentos. É escutar o não dito. É a capacidade de ver para além do óbvio. Quando não se observa, ou não se investiu o tempo suficiente na observação, apenas se pode conjeturar, e, por conseguinte, apenas se podem ter obtido noções menos verdadeiras, pouco profundas.
Quem observa, é o corajoso. Corajosos para ver a frio. Para examinar a frio. O artista, o médico, o advogado têm que ser observadores a frio. Ser capazes de sentir. Têm um tempo próprio. Sou capaz de inovar, quando crio, quando previamente observei, quando digeri. Tem a ver com ganhar perspetivas sobre mim, nós, o bairro, o clima, o ambiente, o planeta, o ruído lá fora... tudo!
Empatia é entrar em nós, nos outros e no Mundo.
A primeira observação deveria ser connosco mesmos. Ao nosso mundo dentro. Ao nosso íntimo. Quando nos conhecemos, conseguimos ser curiosos pelo outro.
A curiosidade essencial é connosco.
Crio quando aceito, ou quando necessito. Inovo quando me junto, quando sou melhor com a essência humana. Quando conheço os humanos e a natureza.
As pessoas que têm um sentimento de pertença no cruzamento entre as humanidades e a tecnologia ajudam a criar uma simbiose entre humanos e máquinas.
Da Vinci é um dos melhores casos que explana a interligação entre arte e a ciência. Uma das melhores definições de inovação. Einstein quando se sentia frustrado com a Teoria da Relatividade Geral, pegava no violino e tocava Mozart. Ada Byron, a Condessa de Lovelace apaixonada por poesia, e estudante de matemática profunda.
E então? E se a Inovação fosse afinal a observação levada ao limite?
Contacte-nos caso tenha alguma questão. Prometemos entrar brevemente em contacto.