Cada organização tem a sua própria identidade, cultura, dinâmica, políticas e processos, ritmos e idiossincrasias. São estes elementos que influenciam as pessoas e que as motivam ou desmotivam, que lhes dão ou retiram energia, que as envolvem ou afastam. Em suma, que acrescentam ou retiram valor ao propósito que cada um de nós tem na vida.
A este propósito, começa a ser cada vez mais habitual ouvir-se falar de “thriving organizations”. Não é fácil a tradução para português, já que é mais do que crescer ou florescer, mas também não é apenas prosperar. Subjacente ao conceito está a opção de colocar as pessoas no centro do negócio. As chamadas “thriving organizations” são obcecadas em dotar as suas pessoas e equipas dos meios para os fazer crescer e serem felizes pois acreditam que, dessa forma, o negócio crescerá também de forma exponencial.
Para tal, os líderes destas organizações procuram criar ambientes de trabalho onde:
O sucesso está ligado a um sentido de responsabilidade social;
A resiliência e adaptabilidade fazem parte do ADN da empresa;
O EVP visa responder às necessidades de cada pessoa, nomeadamente no que se refere ao bem-estar, saúde, riqueza e realização profissional;
As pessoas têm um sentido de pertença, são constantemente desafiadas e sentem-se responsáveis pelas suas tarefas, contributos e desafios;
Os líderes promovem uma cultura simultaneamente ágil e virtuosa, promovendo a inovação e inclusão;
Os líderes preocupam-se em ajudar cada pessoa da sua equipa a explorar o seu potencial e a desafiarem-se constantemente;
Todas as pessoas trabalham para o bem-comum, promovendo o trabalho em equipa, a colaboração e valores como a confiança, transparência, justiça e responsabilidade.
Este conceito de “thriving organizations” está também associado ao processo acelerado de mudança a que assistimos hoje decorrente da evolução digital, do envelhecimento ativo e do ambiente multi-geracional em que vivemos.
Todas as organizações terão de se transformar e adaptar os seus negócios a estas novas realidades. É inevitável! Quem queira prosperar, e não apenas sobreviver, terá de repensar todo o modelo existente. As empresas que perceberam que as pessoas são o seu ativo mais importante e acreditam que só com o seu compromisso é possível superar os desafios são as que estão melhor preparadas para estes desafios. Estudos realizados pela Mercer indicam que as organizações que estão neste patamar conseguem incutir nas suas pessoas um sentimento de paixão, de pertença e a vontade de dar tudo por um propósito comum. Estas organizações excecionais descobriram uma forma de transformar o trabalho numa experiência única. Considerando que pessoas energizadas e apaixonadas pelo que fazem investem mais 45% no seu trabalho do que as restantes, parece-me uma boa estratégia.
Neste sentido, aponto quatro prioridades para criar um ambiente de trabalho thriving:
1) Implementar uma estratégia centrada nas pessoas e no futuro
Metodologias tradicionais de estratégias de gestão de pessoas já não conseguem satisfazer as necessidades atuais e muito menos as futuras. É necessária uma nova abordagem que seja mais ágil, que se adapte facilmente às mudanças e que promova interações constantes.
2) Fazer a curadoria de uma proposta de valor atrativa
Humanize a experiência das pessoas. As pessoas hoje querem funções que se adequem às suas expectativas. Mas só duas em cinco dizem trabalhar em organizações que lhes oferecem uma proposta de valor diferenciadora. Oferecer um pacote de compensação competitivo, promover um experiência diferenciadora e definir um propósito único ajudará a transformar a sua empresa numa “thriving organization”.
3) Criar um ambiente de trabalho em que as pessoas se sintam bem
Procure promover o melhor de cada um. Para prosperar todos os dias as pessoas precisam de conhecer com clareza os caminhos possíveis de carreira para saber para onde vão e ter líderes que as ajudem a prosseguir os seus objetivos. Necessitam que as suas expectativas sejam compreendidas e correspondidas para acreditarem e se envolverem. Precisam da flexibilidade necessária para cumprirem da melhor forma o que lhes é proposto.
4) Cultivar uma cultura de inovação
A preparação para o futuro requer uma cultura que encoraje a inovação. Não é fácil pois, segundo o estudo da Mercer Global Talent Trends, 94% dos CEOs refere que a inovação é parte integrante na estratégia de 2018, mas apenas 39% alocou investimento nesta área.
Por Diogo Alarcão, CEO da Mercer | INFORH: http://inforh.pt/construir-uma-forca-de-trabalho-para-o-futuro/
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